Frase da filósofa russo-americana Ayn Rand (judia fugida da revolução russa, que
chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920), mostrando uma visão com
conhecimento de causa e sempre actual:

"QUANDO VOCE PERCEBER QUE, PARA PRODUZIR, PRECISA OBTER AUTORIZAÇÃO DE QUEM NÃO PRODUZ NADA;
QUANDO COMPROVAR QUE O DINHEIRO FLUI PARA QUEM NEGOCEIA NÃO COM BENS, MAS COM FAVORES;
QUANDO PERCEBER QUE MUITOS FICAM RICOS PELO SUBORNO E POR INFLUÊNCIA, MAIS QUE PELO TRABALHO, E QUE AS LEIS NÃO NOS PROTEGEM DELES, MAS, PELO CONTRÁRIO, SÃO ELES QUE ESTÃO PROTEGIDOS DE VOCE;
QUANDO PERCEBER QUE A CORRUPÇÃO É RECOMPENSADA, E A HONESTIDADE SE CONVERTE EM AUTO-SACRIFÍCIO;
ENTÃO PODERÁ AFIRMAR, SEM TEMOR DE ERRAR, QUE A SUA SOCIEDADE ESTÁ CONDENADA”.


tradutor / translation

sábado, 3 de setembro de 2011

Verbo CORTAR….


Eu corto, Tu cortas, Ele corta, Nós cortamos, Vós cortais…
ELES…. Não cortam….
Sim, mais parece um jogo de Xadrez, em que o tabuleiro será Portugal, e nós as pedras de jogo. 
Os peões estão a postos, vestidos a rigor, cada um em seu sitio sem poder mexer….
Os bispos, Torres e mais acasos estão seguros em seus sítios no xadrez, até os cavalos parecem entender o seu papel.
O Rei está calmo, no alto de seu poder…., a seu lado a Rainha espera ver o que vai acontecer.
Todo nos seus lugares, o “jogo” vai começar!
Salto do peão, vai avançar…, logo o cavalo vai ripostar, mas se algo correr mal, deixarmos que os peões sejam “comidos”, temos as torres altaneiras, que varrem tudo no seu passar.
Pobres peões, não se vão salvar…,  o bispo não vai perdoar.
O jogo está interessante, apesar de todos os peões “comidos” estarem, temos sorte pelos bispos que ainda não caem.
Frenesim, é preciso ganhar, custe o que custar, nem que se sacrifique as torres, os cavalos…., o rei não pode falhar.
O Xadrez é assim, de porte implacável, só para quem sabe jogar…, frio e complexo, de memória visual ate bastar… antecipar, antecipar é norma, é regra para que os peões se possam salvar.
E…, se no final só restar o rei, mesmo que a rainha se tenha perdido…. O jogo está ganho, tabuleiro limpo, de pedras menores, e cavalos de faz de conta, até as torres caíram, não falando dos bispos que não se puderam salvar….
O Xadrez com check-mate garantido, lindo, mas real a valer….e se não fosse verdade, diria que até que seria divertido, mas que faz sofrer…, faz!
Portugal, o tabuleiro feito em xadrez, aprisionado pela gula de quem tem o poder, e a força dos euros armazenados num qualquer lugar, vergado feito peão das “nicas” aos juros especulativos de quem não produz nada…, rigorosamente nada, vivendo pura e simplesmente da especulação!
O Rei já não avança, não fala sequer…. o jogo vai de feição.!
Os cavalos ficam agitados, pulam de área em área, fazem razia…, os bispos observam, esperam o seu tempo….
É assim a vida dos Portugueses, sujeitos a medidas draconianas da famosa TROIKA europeia, os distintos senhores da ciência do “oculto” financeiro.
Tal como num tabuleiro de xadrez, se faz e desfaz, se muda e altera toda a vida de quem trabalha.
O povo, qual peão de xadrez, é sempre o primeiro a ser “comido”…, e para tal os bispos, cavalos e torres têm a primazia da decisão.
Há só uma subtil diferença…. nós somos humanos, somos de carne e osso, sofrendo na carne, na alma as tristezas de incompetências não julgadas, quais crimes de atentado à dignidade humana.
Ao contrário do tabuleiro de xadrez com suas peças em mármore, nós somos tratados como fossemos um bando de indigentes, malandros a quem é preciso penalizar, martirizar ate a acalmia dos mercados ser restabelecida.
Mais parece que se trata de um game, mas de mau porte, de má consciência.
A facilidade com que se implementam medidas na vertente da receita (diga-se impostos), em vez de atacarem na vertente da despesa, faz-me sentir horrorizado.
Horroriza-me a facilidade com que se pedem sacrifícios aos peões (povo) deste imenso xadrez com as faces serigraficas, monocórdicas, mais parecendo que estão a lidar com alguém feito de pedra sem carências de quaisquer espécie.
A sensação que me é dada, é a de que estamos em mais um jogo, onde o que importa é sacar o mais depressa possível os euros perdidos nos bolsos dos peões ( povo).
Sinto o instinto do fácil, do imediato, e não mais a arte suprema da defesa dos direitos humanos representados pelo direito à saúde, educação e habitação.
Grave é assistir ao desmoronar da credibilidade política, e não vejo quem se preocupe com isso. Promessas são promessas, podem não ser para serem cumpridas….e, não são cumpridas sistematicamente.
Quando o dinheiro abunda, os governantes tornam-se autistas, pois sempre reclamam o cumprimento de seus cadernos eleitorais não admitindo intromissões nas suas politicas de uso de dinheiro, mas se algo corre mal, como se tem verificado, logo correm a carregar nos impostos daqueles que antes não lhes deram hipótese de questionar as politicas falhadas.
Vamos recuperar Portugal? Vamos.
Vamos vencer a crise? Vamos
Mas a que preço e em que condições?
Não as medidas fáceis, não ao agravamento do custo de vida já tão difícil de suportar.
Sim, à racionalização de meios, sim ao corte de despesa pública, ás tais gordorinhas do estado,
Mas sempre tendo em conta que antes do défice, está a vida, a dignidade do povo português.
Não aceitar que na saúde se tomem medidas unicamente numa perspectiva contabilística de deve e haver…. a saúde nunca será auto-sustentável e, por definição provocará deficit.
Não quero ter que pedir responsabilidades politicas se alguma vez um peão (povo), vir a falecer por falta de algo, que a contabilidade cega decretou (por fazer bem ao deficit), não ter que estar presente na assistência médico-hospitalar.
Os cortes são para todos, e todos devem saber porque são devidos, e acho que a ultima frase do verbo com que abro este texto não pode continuar a ter razão de ali estar.!
Viva Portugal e seu heróico povo.